REPRESSÃO CONTRA DROGAS NA PUC

12 07 2009

maconha

por Fernanda de Paula

As novas medidas para combater o uso de drogas dentro da universidade , que começaram há 3 meses na PUC de  São Paulo e entrarão em vigor a partir de agosto na PUC – Rio, geram polemica e levam a reflexão sobre a legalização das drogas no Brasil.

 No país o usuário não é mais preso, se for pego consumindo, transportando ou adquirindo drogas responde a processo no Juizado Especial Criminal e não constará na folha de antecedentes criminais. No Rio o uso é praticamente livre, há lugares , como o Posto 9 de Ipanema, onde todo mundo sabe que é ´´ ponto de encontro´´ para usuários fumarem . Além disso, segundo a política nacional antidrogas, a repressão cabe à polícia,enquanto as instituições educacionais devem tomar apenas medidas preventivas.

Enquanto o uso de drogas praticamente não é reprimido em universidades públicas no Rio, a PUC segue  outro caminho , e já em agosto irá reforçar suas medidas contra o problema no seu campus. Pelo fato dos usuários pegos em flagrante dificilmente admitirem serem alunos da PUC e darem número de matrícula errado, os seguranças irão fotografar quem for pego consumindo drogas. No caso de pessoas desconhecidas, as fotos serão distribuídas para os seguranças e colocadas no portão principal, caso haja reincidência , o caso será entregue à 15a DP.

Já os estudantes da universidade serão julgados por uma comissão de inquérito formada por dois professores de Direito e são convidados a depor. A pena pode ir desde uma advertência verbal até a suspensão gradativa, quem for bolsista perde o benefício.

Com as medidas penais em vigor e a descriminalização do uso em lugares públicos fica difícil entender porque  a maconha ainda não foi legalizada e se realmente é necessário reprimir os alunos que fumam dentro da universidade.


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6 responses

13 07 2009
Dr. Pepper

Além do texto estar mal-escrito, é de uma enorme falta de senso de ridículo. Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que sou a favor da descriminalização. Posto isso, vamos aos fatos:
Em primeiro lugar, a PUC é uma instituição privada e tem todo o direito de impedir que os alunos fumem maconha – ou até mesmo cigarro – se quiser. É o mesmo que você não deixar que usem a droga no seu quarto. Nós somos alunos da Puc, não somos donos dela.
Em segundo lugar, fumar maconha – ainda que não seja crime – não é uma atividade legal (do ponto de vista jurídico). A droga não foi descriminalizada ainda – e não sabemos se algum dia será – e, portanto, não se pode tratar o ato como se fosse algo comum e banal. Não é “só pq todo mundo sabe que tem” que pode. Se fosse, ninguém ficava fumando escondidinho por aí.
Em terceiro lugar, não é da nossa conta os motivos que a PUC tem pra reprimir o uso de uma droga. Em nenhum lugar do páis é permitido o uso, não sei qual a razão do espanto de todos vocês. Tanta coisa mais importante pra se preocupar, vão ficar dando ibope pra essa merda? Não é à toa que os alunos da PUC são vistos como um bando de burgueses alienados e maconheiros, sem porra nenhuma na cabeça….

13 07 2009
Túlio Mello

Muito bom! Um foco de lucidez!

13 07 2009
virusplanetario

Numa universidade, mesmo sendo ela privada, as decisões tomadas pela reitoria não são inquestionáveis. Da mesma maneira que ela tem o direito de permitir e impedir que os alunos façam o que quer que seja, os próprios tem o direito de manifestar sua opinião contrária. Para uma convivência mais justa, esta deveria ser levada em consideração. Acredito que decisões como essa, como aumentar o preço do bandeijão, como cobrar taxas administrativas, afetam a vida dos alunos, e portanto são de sua conta. Os estudantes não estão fadados a aceitar as regras do jogo a partir do momento que optam por estudar na PUC, eles podem, devem tentar mudar.
Mais especificamente, sobre a maconha, não tem nada de errado em proibir drogas na universidade, até porque não é uma ilha, a parte do resto da sociedade. Mas essa nova postura da PUC me parece demasiadamente repressiva e autoritária. Meio na contra-mão das tendências de descriminalização que estão se afirmando. Como universidade, poderia organizar discussões sobre o assunto com profissionais da área e gerar um debate mais maduro do que dar câmeras pros seguranças cassarem maconheiros pelo campus.
A maneira com que a sociedade encara as drogas e todas as relações que cercam o debate sobre tráfico, polícia e repressão é um tema “importante”. Para quem diz que defende a descriminalização seria hipocrisia dizer o contrário.
Quanto às generalizações simplista e estúpidas, de que os estudantes da puc são um bando de burgueses alienados, não vale nem comentário.

14 07 2009
Dr. Pepper

Não acho que debater o tema seja errado. Só acho que agir em relação à essa nova postura da Puc como se fosse um AI-5 é muito estúpido. Proibida na faculdade a droga sempre foi… Não foi uma postura “demasiadamente repressiva e autoritária”, não. Se você pensar do ponto de vista da Universidade – “famosa” por suas drogas e seus drogados – é uma “medida preventiva” (como vocês bem disseram no artigo, não tem nada de errado nisso).
Eu faço Comunicação e faço parte da lista de emails do curso. Acho uma puta palhaçada toda essa mobilização que estão fazendo para “protestar” contra uma atitude da PUC que não tem nada de errado. “Aumentar o preço do bandejão ou cobrar taxas administrativas” são decisões que afetam a vida dos alunos, é verdade. Distribuir câmeras pra fotografar quem fuma, também. As semelhanças entre essas políticas acabam aí.
Outra coisa: criar debates sobre a descriminalização e a legalização, discutir o tema, etc, pode ser feito; isso não vai tornar aceitável o uso da droga lá dentro. Quem quiser usar maconha na universidade vai ter que fazer o de sempre: se esconder. A diferença é que agora vai se f* quem for pego. Antes, ninguém questionava a proibição da droga lá dentro (!!!). Isso só começou quando ser pego se tornou potencialmente perigoso… Engraçado, não?
Generalizações simplistas, estúpidas, infelizes e comuns: ou isso é novidade?

13 07 2009
Glaucia

O uso de droga é reprimido pra caramba no Rio de Janeiro!!!! Temos que lembrar que o tratamento policial se difere conforme a classe social do usuário. Zona Sul e Universidades públicas são espaços da elites, nas periferias o papo é outro!

13 07 2009
Pira

Fumo, sou pró-descriminalização e a favor dessa atitude da Puc. Não acredito que mudará muita coisa não. Acho mais que a Puc precisa sim tomar uma postura quanto ao uso conhecido de drogas dentro do seu campus pois isso só “queima o filme” da universidade e dos seus alunos, fumantes ou não. Colocando-se contra o uso de drogas ilícitas dentro de seu campus, a Universidade “tira o seu da reta” caso ocorra algo envolvendo este tema.

Aos fumantes, vamos pensar que a galerinha que usa os fumódromos da vila é bem pouca se comparada ao número de maconheiros existentes na puc. Eu mesmo nunca fumei na vila pq sempre me negaram acesso aos fumódromos, ou seja, eles eram apenas para uma minoria vip.
Então é isso, não custa nada atravessar a rua e fumar no pires, já que, como a Glaucia falou, somos uma elite da zona sul e intocáveis pela repressão policial que oprime, com o uso de muita força, o consumo de drogas nas periferias.

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